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FÁTIMA GUEDES


Séculos atrás reinou na África Mediterrânea uma romântica dinastia muçulmana referida como Fatímidas.

Seu nome era uma declaração de fé e amor por Fátima, filha do profeta Maomé, santificada e venerada pelos muçulmanos. E se estendeu a uma freguesia de Portugal, no concelho de Vila Nova de Ourém, distrito de Santarém; onde na primeira década do século XX, um novo culto nasceu, o da Virgem de Fátima, um dos avatares da Imaculada Senhora católica.

Pois a música popular brasileira tem também em seu santuário, desde a década de 70, arrebanhando milhares de fatímidos (ou não), uma senhora cantora e compositora: Fátima Guedes.

Com carreira iniciada em 1978, quando foi apresentada por Elis Regina em seu especial de TV, no ano seguinte, Fátima gravou seu primeiro disco que trazia Onze Fitas e As Meninas da Cidade, que logo entraram no repertório de Elis.

Em 1980 tornou-se mais conhecida com a música Mais Uma Boca, que concorreu no Festival MPB/Shell. Nessa época gravou 3 LPs na Emi-Odeon e 2 na Polygram.

Nos anos 80, teve suas músicas gravadas por grandes nomes como Maria Bethânia, Nana Caymmi, Simone, Ney Matogrosso e Zizi Possi. Nos anos seguintes, outros nomes entraram para a lista de intérpretes de suas canções: Alcione, Leila Pinheiro, Emilio Santiago, Leny Andrade, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Jane Duboc, Mônica Salmaso e muitos outros.

Várias de suas composições alcançaram sucesso nessa época como Cheiro de Mato, Arco-Íris, Lápis de Cor, Absinto e Condenados.

A partir de Coração de Louca (1989) começou a mostrar seu talento como intérprete.

Em “Pra Bom Entendedor” (1993) e “Grande Tempo” (1995) gravou Guinga e Aldir Blanc, Moacyr Luz, Lenine, Djavan, entre outros. Enquanto isso, lançava novos sucessos como “Faca”, “Flor de Ir Embora” e “Minha Nossa Senhor”.

Em 1999, lançou “Muito Intensa”, trabalho autoral que traz parcerias com Djavan, Ivan Lins, Joyce, Adriana Calcanhotto e Nei Lopes. E seu repertório autoral mais recente inclui parcerias com Ivan Lins e Jorge Vercilo.

Em outubro de 2006 lançou o CD “Outros Tons”, um trabalho de intérprete no qual resgata canções pouco conhecidas de Tom Jobim da década de 50. No momento, cumprindo tranqüila mas importante agenda de shows, Fátima prossegue em sua trajetória de esplendor e perfeição, como se traduz o significado árabe de seu nome.

Fátima Guedes, autora e intérprete, é um dos nomes que engrandecem e orgulham a AMAR nesta nossa celebração de 35 anos de música e luta.

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