AldirBlanc

UM ABRAÇO NO ALDIR BLANC


“Carioca do Estácio, Aldir Blanc Mendes nasceu em 2 de agosto de 1946.

Vem daí seu talento exuberante, que expressa com intensidade e paixão. E também sua luta encarniçada pelo Direito; e a garra com que defende seus princípios.

Dotado de grande criatividade, magnetismo e presença de espírito, imprime essas características em tudo o que faz.

Aldir grita, protesta, impõe. A ferro e fogo. E às vezes com cinismo mordaz, quando seu natural pessimismo (ou niilismo) não o envolve em carregadas nuvens de introversão.”

Quem fez esse retrato, do querido Aldir, um dos baluartes da AMAR desde os primeiros tempos, foi uma antiga cartomante da Rua Dona Maria, paralela à Rua dos Artistas, na velha Aldeia Campista – vidente essa que o tempo não guardou o nome; e cuja competência não podemos asseverar. Mas outras avaliações mais palpáveis sobre o nosso Poeta, já se fizeram. E é a elas que agora recorremos.

Luiz Nassif, músico, pesquisador e jornalista econômico, escreveu o seguinte:

“Os líricos do século 20 são os letristas da música popular. A seu modo, precisam ser eternos e contemporâneos, sintetizar os sentimentos nacionais em sua época e, ao mesmo tempo, projetá-los para as gerações futuras, eternizando o presente e ajudando a erigir, tijolo a tijolo, o grande obelisco da nacionalidade. Poucos deles lograram essa síntese como Aldir Blanc.”

Já o escritor e hoje membro da ABL Antonio Torres assim destacou o cronista Aldir:

“Seu texto é coloquial e enxuto. Ele escreve como se fala – e numa linguagem carioquíssima. Dispensa floreios e requintes estilísticos. Vai direto ao ponto, dando as zonas erógenas – por exemplo, seus verdadeiros nomes e apelidos.”

O poeta Hermínio de Carvalho pegou ainda mais pesado. E aí assim se declarou ao Aldir:

“Meu Baudelaire de Vila Isabel, meu Orestes do Mangue, meu Noel de Copacabana!”

Por sua vez, Nei Lopes, diretor-secretário da AMAR também se desmanchou pelo colega e amigo:

Aldir, para mim, é o mais poeta dos letristas da música brasileira. E isto porque seu texto é sempre delirante, sem nenhum compromisso com a lógica que norteia a feitura das letras de canções. Mas ele delira atingindo altas alturas poéticas, em termos de imagens, muitas vezes até chocantes, sem descurar do rigor formal. Diz-se que ele prefere colocar letra em melodia, o que é a quintessência da realização do compositor popular. E quando ele cria dessa forma preferida, ele realmente consegue descobrir a mensagem que a melodia do parceiro contém dentro dela, e a expressa em palavras. Magistralmente, sempre.”

Aldir Blanc, guerreiro de nossas trincheiras desde os anos 80, merece todo o nosso carinho nos 35 anos da AMAR.


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