Entre os anos 1930 e 2000, o Brasil viveu o apogeu do processo de afirmação nacional de sua cultura, atravessando situações políticas diversas e muitas vezes adversas, alternando democracia e autoritarismo. Assim, a cultura produzida nessas sete décadas, apesar de tudo, conseguiu sair-se vitoriosa no balanço feito pela história, sendo hoje dada como importante referência. Pois foi exatamente a produção cultural desse período que tornou o Brasil um destaque em todo o mundo, notadamente em áreas como a arquitetura, a música, a literatura e o cinema, entre outras.
Entretanto, nos últimos tempos, parece estar havendo um verdadeiro desmanche do que de mais positivo se construiu no país em termos de políticas culturais públicas, o que inevitavelmente afeta e contamina o pensar/fazer cultura no âmbito privado. Para não dizer que estamos culturalmente à deriva, diríamos que o país está carente de um projeto cultural adequado aos novos tempos. Pois ainda falamos e discutimos cultura com ideias e modelos de vinte anos atrás.
Ao mesmo tempo em que precisamos rever, e se possível revigorar, as boas experiências que, no passado, fizeram a excelência cultural brasileira, temos que avançar em direção à contemporaneidade, prospectando e planejando o futuro cultural do país em torno de um projeto de nação, de que tanto necessitamos.
Nº 148 | 21/05/18 | Pág. 1