Mas tudo isso – ou o que restou disso – está sendo desmontado de forma desorganizada, prejudicial e sem nenhum critério. Assim, o fazer cultural brasileiro, com as honrosas exceções de sempre, vem se afastando das questões urgentes e fundamentais à sociedade, preferindo adotar, como se cultura fosse, o verniz midiático e ligeiro dos discursos das corporações dominantes no chamado “mainstream”. A isso se vem reduzindo o debate cultural brasileiro em tempos recentes.
Fiel à sua tradição de entidade criada e administrada, sem interferências outras, exclusivamente por autores, compositores e criadores musicais, a AMAR, não abre mão de sua independência, dignidade e ética na defesa do Autor e da afirmação internacional do repertório musical brasileiro, procurando o diálogo e não a tutela – venha ela de onde vier, fale o idioma que falar.
Assim, na contramão do ativismo vazio das redes sociais, vem empreendendo ações no sentido de fazer o desmanche do desmanche praticado em tempos recentes e reabrir o debate cultural do país com base nas reais exigências para nossa afirmação enquanto nação. Para afinal definirmos a Cultura que efetivamente queremos para os tempos atuais.
N.R. – Este texto é adaptação condensada do escrito pelo maestro Marcus Vinicius Andrade, presidente da diretoria executiva da AMAR, para o seminário “Cultura e Projeto Nacional”, realizado no Rio, RJ, nos dias 15 e 16 de maio de 2018, numa parceria da AMAR com a Fundação Instituto Cláudio Campos.
Nº 148 | 21/05/18 | Pág. 5