Nº 133- 10 de Janeiro de 2017 - Veiculação Quinzenal
 
 
 
 
 
 
 
 
CEM ANOS DE SAMBA, UM EVENTO AUTORAL
 
 
 
 
 
 

Muito se tem falado sobre os 100 anos do Samba, tronco principal da música popular brasileira. Mas quase nada se viu ou ouviu dizer sobre a importância da efeméride do ponto de vista do Direito Autoral.
 
 

Cadência é um dos termos que há muito migraram da linguagem militar para a musical, notadamente no universo do samba. Significa, como todos sabemos, o mesmo que “ritmo”, ou melhor: ritmo que flui com suavidade, mais lento, agradável de ouvir e sentir.

 
 
 
 
 
 
 
 
No ano em que se iniciaram as celebrações do Centenário do Samba, a importância da efeméride não se traduziu na lista das músicas mais executadas nas rádios brasileiras. Segundo a empresa de monitoramento Crowley, recém divulgada, a predominância coube ao segmento “sertanejo”, com destaque para letras no estilo cognominado “sofrência” (na proporção de 8 em cada 10), com abordagens recorrentes sobre amores contrariados, relacionamentos desfeitos, desenganos, sofrimentos, desgostos.

 
 
 
 
 
 
 
 

Todas as questões que hoje envolvem a música brasileira têm explicação na ordem social e econômica em que vive o País, desde, pelo menos a década de 1960. Explica-se pelo o ingresso do Brasil na sociedade de consumo, estágio das relações sociais em que a oferta de produtos, massificada e padronizada, excede a procura. Esses produtos, inclusive os da indústria da música, são mais facilmente criados e fabricados do que vendidos. Então, o excesso de oferta, potencializado pela profusão de bens colocados à disposição, gera estratégias de marketing cada vez mais agressivas e absurdamente sedutoras do ponto de vista das facilidades de aquisição e absorção criadas pela indústria, e pelos meios de divulgação e distribuição.

 
 
 
 
 
 
 
 
Roberto M. Moura (1947-2005) foi jornalista, crítico musical, mestre em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ, doutorando em Música pela UNIRIO, apresentador e roteirista de programas culturais da TV Educativa e amigo da AMAR/SOMBRÁS. Em 1999 conquistou o título de doutor em música na UNIRIO com a tese “A TV e a trilha sonora do Brasil”. O texto a seguir é uma condensação dessa tese, feita a partir de condensação anterior, generosamente oferecida para publicação no “Jornal da AMAR”, quando ainda o tínhamos em nosso convívio.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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