Julio Reis

A SINFONIA DE UM COMPOSITOR ESQUECIDO


No início do século XX, o compositor paulista Julio Reis (1863-1933) luta para brilhar na capital federal e se desespera com as mudanças na música. Décadas depois, Frederico, filho do maestro, tenta impedir que seu pai seja esquecido e se dedica, até o fim da vida, a resgatar sua memória e sua obra. Neste romance, o escritor Fernando Molica, bisneto de Julio Reis, conta ficcionalmente a história do músico, de seu filho e de um tempo de grandes transformações.

Julio Reis

O INVENTÁRIO DE JULIO REIS

Fernando Molica

Grupo Editorial Record/Editora Record 192 páginas

Preço: R$ 42,00

Formato: 14 x 21 cm

ISBN: 978-85-01-09784-2

Fernando Molica faz o inventário não apenas do legado de um compositor esquecido pelo tempo, mas também da história do Rio de Janeiro. Um romance musical, cadenciado, fascinante.” Antônio Torres

Compositor, maestro, pianista e crítico musical, Julio Reis nasceu em São Paulo, em 1863. Mas foi no Rio de Janeiro do início do século XX que compôs valsas, polcas, habaneras e tangos que o tornariam popular entre artistas e intelectuais da época. Obras que abririam caminho para a publicação de livros de contos e de críticas e para a realização de projetos musicais mais ambiciosos, como sinfonias e óperas – uma delas, Heliophar, integrou a programação oficial do Centenário da Independência.

Julio Reis deixou um acervo bem organizado — e extenso —, com partituras e muitos recortes de jornais. Mas pouco ainda se sabe sobre suas motivações e suas lutas. Agora seu bisneto (,o jornalista,) Fernando Molica, recupera a trajetória deste que foi certamente um dos mais importantes nomes do cenário musical clássico brasileiro. Após três romances ambientados na contemporaneidade, o escritor volta ao Rio antigo para compor um rico panorama de uma época de grandes mudanças.

O INVENTÁRIO DE JULIO REIS, no entanto, faz mais que resgatar o legado de um compositor ainda pouco conhecido. O romance disseca, também, o Rio de Janeiro capital da República, onde se concentrava o que de melhor e mais importante havia na política, nas academias, nas artes. O cenário musical vastíssimo, com companhias internacionais de ópera se revezando em espetáculos concorridíssimos.

A Primeira Guerra, a Revolução Soviética, as conquistas científicas, essas e outras transformações fundamentais para a cidade e para Julio Reis desfilam pelas páginas, em meio a histórias controversas e pitorescas. A casa em Piedade, e a incongruência de um gênio clássico perdido no subúrbio, a ojeriza pelo que rompia com o convencional — como Debussy e Villa Lobos —, o amor pelos clássicos. A briga pela verba aprovada para a montagem de sua ópera Sóror Mariana. Aqui, Fernando Molica compõe, nota a nota, um arranjo de possibilidades. Uma hipótese de Julio Reis que ultrapassa a realidade, sem nunca a perder de vista.


Fernando Molica nasceu em 1961 no Rio de Janeiro. É autor dos romances Notícias do Mirandão, O ponto da partida (ambos publicados pela Record), Bandeira negra, amor (Objetiva) e o infanto-juvenil O misterioso craque da Vila Belmira (Rocco). Lançou também o livro-reportagem O homem que morreu três vezes (Record). Participou das coletâneas de contos Dicionário amoroso da língua portuguesa (Casa da Palavra) e 10 cariocas (Ferreyra Editor, Córdoba). Foi, por duas vezes, finalista do Prêmio Jabuti. Mantém um site e um blog em www.fernandomolica.com.br.

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